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Parto Orgástico, por Aysha Almeé

Parto Orgástico, por Aysha Almeé

Ninguém diz às grávidas que o parto é sexual. Que se masturbar durante a gestação facilita o trabalho de parto, já que o orgasmo é um dispositivo de abertura do colo uterino.
Gestação e parto parecem não ter relação nenhuma com prazer e bem estar.
Ninguém conta que o parto é um ato sexual. Estão envolvidos os mesmo hormônios, é necessário intimidade, você sua, geme, movimenta as ancas e pode ter orgasmos durante o trabalho de parto. Sim, não é comum, mas é possível.
Transformaram-no num evento rígido, controlado do começo ao fim. Cheio de intervenções que doem não só no corpo, a alma dói também.
Vários estudos sobre as características psicológicas, afetivas, emocionais e hormonais relativas ao nascimento constataram similaridade entre parto e atividade sexual em todos os aspectos analisados: perda cognitiva, apagamento neocortical, necessidade de privacidade, confluência circulatória para os genitais e hormônios envolvidos.
Chegar ao orgasmo requer relaxar o cérebro e descer pro corpo. Dar a luz, também.
A ocitocina é o principal hormônio responsável pelas contrações uterinas e precisa de tranquilidade, luz tênue e confiança. Se alguém invadir o quarto sem avisar, ou acender luzes fortes ou falar algo muito técnico; corta-se.
São todas estimulações do neocórtex, que geram adrenalina, e inibem o processo. Chamam-lhe falha no progresso de parto. Não pode ser uma falha, ninguém falha ao dar a luz.
– “Em suma, o nascimento é um ato sexual que se realizaria com a máxima gratificação do prazer para as criaturas humanas, se a sexualidade da mulher que pare não estivesse destruída.”
(Wilhem Reich)
-“Estamos invocando experiências, e não em nome de teorias, de filosofias, de crenças, o trabalho do parto pode ser uma sucessão de contrações verdadeiramente certas, boas, pois são geradoras de prazer.”
(Frédérick Leboyer)
-“Até a maldição divina ‘parirás com dor’ traz implícito que nem sempre foi assim.”
(Casilda Rodrigañez)
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Do mural de Marianna Araujo
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